Água, óleo de cozinha e soda cáustica. Uma mistura que termina em sabão. Parece estranho, mas os elementos, apesar de diferentes, se completam. Resta agora saber o impacto dessa mistura no meio ambiente.
A coordenadora do curso de engenharia ambiental da Universidade de Brás Cubas, Vanda dos Santos, explicou que juntos, a soda e o óleo, perdem as propriedades que tinham antes da mistura. Claro que já misturada, a soda ainda tem alcalinidade, mas muito mais suave. Por isso não causa danos maiores nas mãos, como na hora de lavar a louça, por exemplo.
No laboratório de química da Universidade de Mogi das Cruzes, o professor Fabiano Palgrossi destacou que o produto é altamente corrosivo, serve para neutralizar ácidos e é muito usado na indústria. A soda reage com a gordura, dissolve rapidamente e elimina todos os resíduos. Por isso muita gente usa o produto para desentupir ralos, principalmente na cozinha. Mas cuidado, por causa do poder de corrosão, soda e alumínio não combinam.
Mas não é só no alumínio que a soda cáustica reage. Na pele, de forma silenciosa, ela pode causar sérios danos. Se isso acontecer, a pessoa deve retirar toda a roupa e ficar debaixo de água corrente por pelo menos 20 minutos. E se por um descuido a soda cáustica respingar nos olhos, o professor recomenda lavar com um jato forte de água, já que pode provocar cegueira.
Segundo o professor, a mistura do sabão caseiro não é desastrosa e a soda já está fraca para causar a mesma reação de antes. O problema são as medidas de cada produto. Sem as medidas exatas na hora do preparo, o uso contínuo do sabão caseiro ao longo do tempo pode causar coceiras, feridas, enfraquecimento das unhas e ressecamento da pele. Por isso não é indicado usar este sabão para lavar roupas, principalmente íntimas. Apenas panelas e pano de chão, sempre usando luvas.